quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Minha Mãe e eu, Espririto e Luz

Gracia, Gracie, Graciela...
O refúgio do artista é o palco, é a tela é olhar a vida através da janela...
Da janela d’alma, onde as cores não dependem da luz do sol, mas da luz do espírito.
No canto da sala, deixado para descansar, não abandonado, o cavalete ainda sustenta muitos rascunhos do que deveria ser uma tela, não uma vida.
Mas a Tela tornou-se em vida diante da ausência... diante da perda... diante da transformação do Ser que virou Cometa.
É certo que todas as cores somente vivem diante da Luz, os espíritos tal as cores dependem da Luz também...
A MESMA LUZ...
Pegue uma tela, faça alguns traços não com o carvão, ou giz, mas com o coração.
E, na paleta, transforme o vermelho em ocre, o azul em cinza e, no canto direito deixe aparecer um pedacinho do céu.
Não trema, nem se emocione, seja apenas parte da tela, pinte sua alma.
Este é seu palco, é sua vida e, é o único momento eu posso partilhar com você, como mãe e filho.
Bah! Saudade não tem idade, nem momento e uma vez sentida, parece doer até o fim da vida.
Quando não caminho entre tuas tintas, entre teus traços, sinto que sou os teus pedaços...
Mãe, mãe, mãe, mãe... mãe... mãe de fé, mãe de ofício, mãe de todos os sacrifícios e, ainda por derradeiro, e sobretudo minha mãe, nesta vida em que fui um passageiro...
Pai, paizão, também é minha sua paixão... muitas vezes na madrugada boto o garanhão pra correr, assim sinto no rosto o ar fresco, o jeito puro de viver e amar a natureza.
Quanta beleza, está escondida em cada gesto... e só você a vê Mãe..., mas da mesma forma que  as pessoas vêem as cores através de você as pessoas conseguem me sentir e me ver através de você.
Então por que buscar minha luz nas estrelas distantes, se estou tão perto, tão próximo de ti.
Pra terminar, minha tela trace uma estrada preguiçosa, sinuosa sem fim, porque o fim não é um lugar qualquer, mas um lugar no qual a verdade não se limita a ser o que se vive e o que se pode viver, mas tudo o que se pode sonhar.
Sabe aquele meu tênis velho?  Desenha ele na beira da estrada assim posso matar a saudade do tempo que caminhava, apenas caminhava. Caminhava e nada mais.
Saudades Xande.

15/12/2010

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