Deomara de Sheila e Marcio Lustoza.

Texto extraído do perfil do Orkut de Scheila e Marcio Lustoza(http://www.orkut.com.br/Main#Profile?rl=pv&uid=12807629767040639020)

O Glioblastoma multiforme, ou GBM, é um tumor maligno, forma agressiva de câncer, mais agressiva e a mais comum no cérebro humano. Sempre é letal, com pouco tempo de sobrevida para o paciente, em geral entre 6 meses e 01 ano quando tratados. Por serem mais comuns e mais malignos que as dezenas de outros tipos de tumores cerebrais, os neurocirurgiões dizem que são tumores "mais mais". É mais frequente em adultos entre os 35 e os 70 anos de idade. Não costuma ter um caráter familiar; isto é, não é genético. Glioblastoma surge no próprio cérebro, mais especificamente dos Astrócitos, que são células responsáveis por algumas funções desta área nobre do ser humano. Quando um tumor tem sua origem definida pelos astrócitos, diz-se que é um astrocitoma. Um Glioblastoma é um tipo de astrocitoma e seu grau de malignidade é o mais avançado (grau IV), ou seja, extremamente agressivo. Até o presente não existe cura para este tipo de tumor, porém terapias alternativas em conjunto com o tratamento padrão 

Enquanto muita gente tenta viver na paz  dentro de suas casas e não conseguem porque estão perdendo seus filhos para as drogas, vicio, violência, outras pessoas sentem-se fortalecidas para lutar pela vida de outrem, porque buscando dentro de seus propósitos de vida conseguiu entender que a vida não termina na esquina nem fora de seu quintal.

A vida sempre deve ser cultuada e valorizada ainda que tenha durado tão pouco e sido atacada por uma doença tão destruidora em tão pouco tempo.

Mas a doença não é algo que as pessoas não possam lutar contra ela... e vencê-la não significa impedir a morte, mas vencer os efeitos que ela provoca dentro da casa, da família, do lar e, até na comunidade.

 Nunca mais nada será como foi antes da doença, portanto é preciso compreender e entender que os que ficaram é que são os mais fortes e dentro deste principio devem levar avante sua luta contra  doença.

Perder um filho para uma doença é como perder a identidade diante da vida porque se perde para um inimigo invisível e isto invariavelemtne leva à uma questão de foro intimo: “não fui capaz de salvar, fiz de tudo...”. Como se estas palavras fossem necessárias para reforçar  as atitudes tomadas ou mesmo a impotência que se crê  e se vê  diante da enfermidade fatal.

Nesta vida existem muitas coisas desconhecidas, porém poucos são os mistérios e dos pouco a maior parte deles são produzidos pelos próprios homens.

Querer saber, querer conhecer, querer reconhecer e solucionar  a vida é uma tarefa difícil, porém não impossível... Muitas vezes paro no alto de minha montanha mágica e busco a reflexão como forma de interpretar esta sensação que tanto mexe comigo.

Hoje a montanha esta silenciosa, parece que nem as folhas se mexem com receio de quebrarem o silêncio. .. e, eu continuo caminhando montanha acima  tentando entender porque as coisa acontecem. Será que Deus não tem a piedade como uma de suas melhores qualidades?

Mais alguns passos e entre as arvores posso divisar duas crianças pequenas talvez 4 e 6 anos, agachadas mexendo com a terra. Uma delas parece fazer um montinho de terra e a outra  tenta espetar um galho no chão..

Fico observando e logo me vêem a idéia que que estão enterrando algo e que aquele galho seria uma espécie de cruz ou marca para não perderem o lugar.

Quando vou chamar a atenção  das crianças e perguntar o que estão fazendo uma mão  se apóia em meu ombro e diz :

-Não fale... nada... observe ... e aprenda a observar com a vida e entender que os mistérios são produzidos pelos homens... através de suas incapacidades.

Olhei para o lado e vi um homem muito magro e muito alto. Sua mão era muito grande e magra e queimada pelo sol.

O homem parecia um andarilho, a julgar pela sua aparência, deveria caminhar por todos os cantos... e, a julgar pela sabedoria que demonstrava na calma em articular as palavras deveria ser muito velho...

Fiquei observando as crianças... durante alguns minutos...

Uma era menina ruiva, com cabelos encaracolados e pele com sardas que pareciam terem sido pintadas. Seus olhos azuis claríssimos lhe conferia um ar angelical... e, seu sorriso, ah! Que coisa encantadora e difícil de ser descrito.

O menino também de cabelos avermelhados, mas anelados e um pouco compridos formavam, naquele instante  a imagem perfeita de uma dupla de anjos, que brincavam com a terra.

De alguma forma eles conseguiram espetar o galho no chão, porém a cruz que eles fizeram mais parecia um xis.

Eles se levantam olham pra mim e dizem;

-oi... você também veio buscar seu cachorrinho? Nos fizemos um pedido num papel e enterremos e logo o nosso cachorrinho vai aparecer...

A folhagem me mexe toda e aparece um cãozinho latindo e indo encontrar as duas crianças..eles fazem uma festa... abraçam o cachorrinho e o cachorrinho os lambe muito.

Da mesma forma que apareceram sumiram pela trilha da montanha.

-Você não vai se aproximar? Não esta curioso para saber o que esta enterrado  sob aquela galho?

Vamos caminhe homem vá até lá....

E o homem magro e muito alto me empurra em direção ao que eu achava ser um tumulo pequeno .

Tinha uma ponta de um bilhete aparecendo. Então puxei e apareceu por inteiro uma folha toda escrita.

Antes de ler olhei para o homem e perguntei:

-Quem é você?

Ele sorri, passa as mãos pela longa cabeleira e diz:
-Sou um de seus demônios...Sou o seu medo de viver... Há muito que vivo aprisionado dentro de você...Mas acho que meu derradeiro dia chegou, então resolvi aparecer e me despedir, porque sei que com a idade as pessoas vão perdendo o medo de viver e, então não tem mais sentido a minha presença aqui...

O homem caminha e some na floresta e uma interrogação fica em minha cabeça durante algum tempo.

Então depois de algum tempo resolvo abrir  bilhete e nele, esta escrito assim:]

“A vida não se encerra com a morte....

A vida é eterna e, existira enquanto você acreditar nela.

E, enquanto você viver crendo todas as pessoas à sua volta poderão contar consigo e com todas as suas qualidades, porém a partir do momento que você se entregar e descrer, nada mais terá sentido...

Algumas pessoas especiais tem dentro de seus corações mais do que um deus, elas tem Fé em suas vidas e em suas ações e, por isto mesmo ainda que deus não lhes fale diretamente com palavras, mas com atitudes e gestos as vezes até tirando um filho de seu lado, ela são tão especiais que conseguem se reerguerem e entenderem que a vida não é apenas  um momento... Mas são seguidos momentos que a fazem existir.

Olá, Sheila e Marcio Louzada...

Voces nunca foram vencidos pela doença de Deomara. Voce fizeram de tudo o que era possível para que a doença você tratada.

Mas é preciso entender que determinadas doenças  pela sua propria mnatureza, são incuráveis e não se trata de uma batalha entre a vida e a morte, mas sim um passo em direção à evolução.

É difícil entender o que seja evolução diante da morte, porém é muito fácil entender a evolução diante da vida , porque é para viver que nos preparamos a todos os momentos.

E, vocês continuam caminhando e vencendo os demônios interiores das pessoas que não sabem como se portarem diante de alguma doença terminal...

Vocês são muito jovens e sábios, quando intentam e se envolvem em esclarecer sobre a doença que lhes roubou a oportunidade de vocês terem Deomara ao  lado.

Mas mesmo distante Deomara se faz presente nas pequeninas coisas, porque por pior que tenha sido,  a doença sempre desperta dentro do peito amor e ódio ...

Porém todos nós temos dentro de nossos peitos e dentro de nossas almas  deuses e demônios. E, cabe a nós reconhecermos nossos demônios para que possamos através dos deuses tornar a vida de todos mais suportável e harmônica, ainda que seja preciso conviver com a dor da perda de um filho. Portanto a ti Sheila e a ti Marcio, importa  saber que tua filha Deomara encontra-se bem.E que todas as doenças t somente existem na vida terrena, pois atacam o corpo físico somente.

Creia que são  corretas suas ações, e atitudes, em direção à divulgar a doença e a chamar atenção de pais e amigos e todos aqueles que puderem fazer algo para diminuir o sofrimento de seres que invariavelmente são Anjos que vem ao mundo para uma breve estada.

Não se questionem, unam-se, reformule entre vocês o pacto do amor eterno que os uniu em matrimonio e creiam você podem ser felizes porque cumpriram a missão de ter e receber um Anjo em sua casa.

Muitas coisas não se explicam, se sentem

Agostinho”

Desço a montanha em direção ao meu rancho, e vejo a coluna de fumo saindo pela chaminé e, ainda no cair da tarde , posso chegar em casa, receber um abraço e tomar um gole de café, aquecido no rabo do fogão de lenha pela chama preguiçosa que cozinhou o feijão.

Talvez amanhã, seja ou um outro dia... é minha esperança.

Léo s. bella