domingo, 13 de fevereiro de 2011

Denise e seu grande Amor.


Ola Denise , creio que estas palavras pertençam a você.

Eu gostaria de ir além do possível e retornar com uma flor, uma rosa, como se estivesse chegando de viagem.
Eu gostaria que nossas vidas nunca se acabassem pela distância e pela dificuldade de entender como é morrer, embalado por uma doença incurável.
Eu gostaria de ter os filhos em casa, num fim de semana onde cada um com seu problema e sua forma de expressão pudesse compor a nossa mesa novamente.
Eu gostaria de estar presente em seus momentos de duvidas e incertezas, para retirar de seu coração com um beijo e um abraço a dor da ausência.
Eu gostaria de tantas coisas (mãe) Denise... mas tantas coisas que nem sei por onde começar...Mas sei que a impossibilidade de voltar existe e, que não me cabe julgar se mereci ou não, mas sei também que a doença não foi um castigo, mas sim uma forma de morrer... de passar para o outro lado do caminho, onde os espinhos não existem, apenas o perfume...
Tudo no começo é difícil de ser entendido, de ser sentido de  não poder ser tocado, nem tocar... Mas eu tentei, porque para mim tudo era tão novo e real, que não resisti e me comportei como menino, desprezando a dor que você sentia pela minha partida. Enquanto você chorava minha morte, cheia de dores pela ausência e falta que achava que eu faria, eu brincava de correr e flutuar como uma criança embevecida comum brinquedo novo.
Foi um momento muito bom , Mãe. Eu não sentia o peso do corpo, tampouco nenhuma dor,. Parecia que eu nascia de novo.
Desculpe... desculpe... eu não queria que as coisas fossem desta forma. Eu nunca pensei que pudesse deixar você cheia de sofrimentos e dúvidas.
Eu sempre procurei agir dentro da ordem e de forma familiar.
Mas fui incapaz de conter a minha morte, apesar das dores...
Mas agora , enquanto caminho  silencioso sobre nossas lembranças, aprendi que osso ser feliz eternamente porque você foi o meu único amor e sua capacidade de me fazer feliz é ilimitada, e seu Amor eterno é que se tornam o alimento para minha Alma.
Te amo, Denise, meu Amor, de todo o meu coração.
                                         Pai.



Há muito tempo atrás, quando eu ainda não sabia que falava e brincava com os Anjos, serafins, e afins, a vida tinha sabores diferentes.
Com o passar dos anos eu fui ficando mais amargo, mais descrente e muitas vezes cheguei a duvidar da existência de uma harmonia que fosse capaz de sustentar todas as coisas ...
Hoje diante da velhice enquanto os jovens sobem as escadas correndo para admirar o mundo La de cima, eu simplesmente desço vagarosamente cada degrau eu subi, mas em cada um deles com o sabor de missão cumprida e de ter vencido uma estada de minha vida.
Esta caminha de volta esta me levando às profundezas de minha alma, onde estão contidos todos os meus antepassados, minhas conquistas, minhas vitorias e porque não as derrotas também, porque se aprende muito mais na derrota do que na vitoria que apenas se comemora. E, isto me propicia ver e entender o mundo de uma forma diferente. De um jeito mais autentico e humano de ser.
Um dia com toda certeza estarei do “outro lado do caminho”, da mesma forma que escrevi o texto hoje atribuído a Sto Agostinho.
Léo s. bella

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