Não é fácil caminhar entres limites estreitos entre a vida e a morte.
Viver ou morrer é uma questão natural na vida de qualquer pessoa, porém na vida de mães que perdem um filho, vida e morte se confundem com realidade e produzem efeitos devastadores até para quem vive ao lado.
A par do que todos imaginam é criado um mundo paralelo de ilusões. Um lugar muitas vezes bizarro, estranho, esquisito, onde, para poder viver, é preciso encontrar-se com a morte diariamente.
Para muitas mães isto é uma questão de sobrevivência.
Para outras quando a vida se confunde com a morte e a realidade com a irrealidade; a materialidade e constancia das coisas deixam de fazer sentido e ela se voltam como furacões ensandecidos contra quem ousar emitir uma opinião sobre a caminhada delas.
É vero que muitas se perdem nas drogas, pela bebida, pelo abandono enfim deixam serem levadas para o lado obscuro onde a luz é apenas uma vontade longínqua e inatingível, um devaneio.
Eu gostaria que tudo fosse diferente. Eu trabalho muito para que tudo seja diferente. E, até não me incomodo com o jeito possessivo que elas têm mas, viver antes de qualquer outro sentimento que possa haver é fundamental para a vida de todo o planeta.
Vive com qualidade do que se pode ter aqui e não viver pela ausência, se atormentando a todo o momento com visões e se acovardando diante da vida.
É por isto que quero falar, de alguma forma do Amor, para que ele ( como um instrumento) possa existir para provocar modificações e não mutilações.
Ontem enquanto atendia as pessoas pelo MSN, nesta minha volta aos meios eletrônicos eu senti em algumas pessoas a preocupação de estarem bem a despeito do que pudesse acontecer com as outras pessoas.
O ser humano é egoísta. Vive de alimentar o próprio ego, devorando insaciavelmente o ego dos outros.
A preocupação maior é em estar bem e, em muitos casos as mães tratam os filhos como troféus enquanto vivem . Depois que morrem são verdadeiros impulsos compulsivos que a levam em direção ao Nada na tentativa de encontrarem tudo.
Buscam noticias de seus filhos até no inferno. Não se cansam de andar perambulando de canto a canto em busca do que querem ouvir. Pois o que não querem ouvir está a todo momento à sua frente.
Não estou generalizando. Tampouco quero identificar as pessoas de quem estou falando porque não quero feri-las mais do que estão sendo feridas por elas mesmas.
Neste momento de reflexão, então, se você puder se voltar para o filho que sobrou ao seu lado e tentar de todas as formas conviver com ele, você estará amando.
Amar não é dirigir os passos de alguém, nem do filho. Amar é educar, é proteger com o espírito e não apenas com as mãos ou bens materiais.
Amar é tocar no filho sem medo de tocar na próprias fragilidades . Amar é viver e deixar viver.
Amar é lutar junto com o filho contra as drogas e não deixar que as drogas adotem e façam o papel de mãe.
Não há caminho sem volta. Porém existem pessoas que não querem voltar.
Por outro lado é fácil meter o pau no filho alheio e em todos os vícios . O difícil é entender que o vício entra pela mesma boca que um dia sugou seu peito.
O difícil e ser cúmplice espiritual de seu filho e não cúmplice material.
Reflita sobre isto e prove que você é capaz de conhecer mais do que 30% de seu filho. Ou, então responda onde ele está agora?
Falar de Amor não é fácil, porque falar de vida também não é fácil porque viver não é fácil.
Sei que muitas mães vão ler este texto , mas talvez nenhuma comente. Então eu peço que haja comentários contra ou a favor, pois isto servirá para alertar muitas mães, além de ser uma oportunidade de você resgatar o amor próprio e seguir sua vida em direção ao seu futuro e não continuar vivendo de memória ou de passado.
Léo S.Bella
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